Voluntários BB fazem a diferença em Mariana (MG)

Mariana, Era uma Vez...

Em 5 de novembro de 2015, Minas Gerais ganhou os noticiários de todo o mundo com um dos maiores desastres ambientais que já ocorrem no Brasil: uma barragem de mineração em Mariana (MG) se rompeu e uma onda de lama e detritos atingiu o Rio Doce. A lama invadiu cidades, povoados, rio e mar, estendendo seus efeitos até o estado do Espírito Santo. Houve mortes e o impacto ao meio ambiente, principalmente ao Rio Doce foi extenso.

Diante da calamidade, surgiu a solidariedade aos atingidos pela tragédia, assim pessoas no Brasil inteiro se mobilizaram e enviaram mantimentos, comida, água, roupas, abrigo e palavras de conforto vieram de todo o País.

Voluntários do Banco do Brasil junto com esta rede do bem mobilizada e atuante em diversos estados, também, deram a sua contribuição. Vamos conhecer um pouco dessas histórias que revelam o coração voluntário e solidário do nosso país. Acompanhe seus relatos.

A Lama da Janela

Quando a lama chegou a Barra Longa já era quase madrugada de sexta, 6 de novembro, porém as notícias do rompimento da barragem em Mariana fizeram a população da cidade, distante apenas 80 km, se antecipar ao desastre e se deslocarem para longe do fluxo de lama. Moradores da comunidade do Morro Vermelho, que é cortado pelo Rio Doce, correram para retirar móveis e tudo o conseguissem de suas casas.

“A primeira impressão que se tem é de estar de mãos atadas, o máximo que você pode fazer é ajudar o próximo, porque a lama vai chegar e vai invadir tudo. Isso é certo”, lembra Rodrigo Marques Sindra, 35 anos, gerente de serviços na agência Barra Longa.

E foi o que o que ele fez. Morador da comunidade, Rodrigo não teve a casa atingida pela lama porque vive na parte alta do morro, mas se prontificou a ajudar quem morava na parte de baixo do terreno. Ele socorreu a vizinha dona Maria de Lourdes, de 70 anos, retirando todos os móveis da casa e alocando-os em sua própria garagem.

“Ajudei quem estava mais próximo, até porque a comunidade aqui é pequena e as pessoas são muito envolvidas umas com as outras, então houve uma mobilização muito grande da população que morava na parte mais alta”, lembra.

Rodrigo enfatiza como é gratificante poder amparar quem precisa e como ficou feliz em ver as pessoas que não foram afetadas tão mobilizadas na ajuda aos mais necessitados. “A gente deve sempre procurar ajudar o próximo, e isso faz nos sentir mais gratos do que a própria pessoa que foi auxiliada. Aquilo retorna pra gente de uma forma muito especial”, acredita.

Ele, por ter ido dormir já quase amanhecendo, chegou atrasado ao trabalho, mas a causa era mais do que nobre. Natural de Manhuaçu, ele enviou a esposa, Juliana, 31 anos, e o filho Pedro, 6 anos, para passarem uma temporada lá, até que aquele trauma inicial desse uma aliviada. “Vimos a tragédia da janela da nossa cozinha”, ele lembra. O gerente de serviços disse que, apesar do acontecido, sente orgulho da mobilização que tomou conta do Morro Vermelho. “A comunidade se ajudou, foi uma coisa muito bacana”. A solidariedade, felizmente, é mais forte do que a tragédia.

E o Rio Doce virou lama...

O impacto ao abastecimento de água fornecido pelo Rio Doce foi imediato, devido ao impacto gerado pelo fluxo de lama e detritos que desceu rio abaixo. Houve mortandade de peixes e as águas do belo Rio Doce se tornaram turvas e lamacentas. A água ficou imprópria para consumo e os atingidos pela tragédia sentiram falta de um item essencial e antes abundante: água potável.

Ciente da situação crítica e sabendo que a lama já atingira Governador Valadares, cidade a pouco mais de 300 km de distância de onde a barreira havia se rompido, a assistente na agência Manhuaçu Naiara de Carvalho Furtado, 29 anos, juntamente com os demais colegas, decidiu agir. Em contato o tempo todo com o colega Douglas Vinicius Oliveira de Souza, 27 anos, gerente de relacionamento pessoa jurídica na agência Governador Valadares, Naiara pensou numa maneira de ajudar as vítimas. Foi, então, que ela e os colegas compraram água para que fosse enviada à cidade.

Douglas havia trabalhado por quase dois anos na agência Manhuaçu, de onde fora transferido em setembro para sua cidade. “Surgiu essa ideia de a gente aqui da agência arrecadar água mineral e enviar para o Douglas e lá ele fazer a distribuição, conforme fosse melhor e para as pessoas mais necessitadas”, explica Naiara.

Todos precisavam, mas Douglas e o pessoal da agência escolheram dividir os 24 galões, contendo 20 litros cada um, entre os funcionários terceirizados: vigilantes e a equipe de limpeza. “Foi muito importante, principalmente nesse período em que não se achava água em nenhum lugar”, conta. Segundo ele, a situação ficou assim por cerca de quatro dias, quando a Samarco, empresa responsável pela tragédia, passou a distribuir água para os moradores.

Mesmo não tendo água para beber, Douglas diz que o mais correto naquele momento era distribuir entre os que mais precisavam. “Nós decidimos auxiliar quem tinha dificuldade financeira em conseguir água naquele momento. O Banco prega muito essa questão de valores, que é a nossa essência. Apesar de sermos mais de 100 mil funcionários, com gestos simples conseguimos nos tornar únicos”, filosofa.

Para Naiara, o gesto dela e dos colegas foi muito pequeno. “Se você olhar para a tragédia e a quantidade de água que arrecadamos, não é nada, mas naquele momento foi o que deu para fazer. É muito gratificante poder ajudar, porque é terrível vermos as pessoas em situações assim”, diz. “O gesto pode até ser simples, mas a intenção vale muito”, diz Douglas, que não teve a casa atingida pela lama, porém, assim como toda a população, teve o abastecimento de água cortado.

Ele lembra que, naquele momento, o bem essencial à vida simplesmente sumiu. “As pessoas até tinham o dinheiro, mas ninguém encontrava para comprar”. A água, que chegou até o gerente no sábado, dois dias depois do ocorrido, foi enviada num caminhão fretado por uma igreja de Manhuaçu.

Sobre a tragédia em si, eles dizem que é muito triste ver tanta gente perdendo vidas, casas, animais e suas histórias. “Nós vemos pelo noticiário coisas que acontecem longe, e não absorvemos tanto quando aquilo acontece perto da gente. Ficamos muito sensibilizados e comovidos”, afirma Naiara. Douglas explica que, apesar de tudo, é possível tirar algumas lições da tragédia. “As pessoas mudaram o olhar quanto à questão da preservação do rio e a fazer sua parte no racionamento de água no dia a dia”, conta. “Essa foi uma visão cujo processo é dolorido, mas eu tenho certeza de que muita gente aqui, inclusive na própria agência, mudou essa questão de ver a importância da preservação do planeta e da água”.

Se você, voluntário quer ajudar as vítimas de Mariana, a prefeitura deixo as contas para doação em dinheiro:

Banco do Brasil - Agência: 2279-9, Conta Corrente: 10.000-5.

Maiores informações acesse o Portal da Prefeitura de Mariana - MG.

Matéria adaptada e com modificações fonte Revista BB.com.vc