Projeto promove formação profissional para meninas

É direito fundamental que crianças tenham acesso à educação, lazer, convivência familiar digna e que sejam protegidas do mundo do trabalho. Porém, há várias crianças e adolescentes que não alcançam estes direitos. Em 2017, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou o relatório Estimativas Globais do Trabalho Infantil que apontava que 152 milhões de crianças entre cinco e 17 anos foram submetidas ao trabalho infantil em todo o mundo.

No Brasil, crianças que vivem em situação de vulnerabilidade social estão mais expostas ao trabalho infantil e, consequentemente, a uma educação de baixa qualidade, o que compromete seu futuro profissional. As meninas costumam ser o elo mais frágil neste contexto porque acabam assumindo tarefas domésticas, cuidando dos irmãos menores e ainda correm o risco de, ao entrarem na adolescência, engravidarem precocemente.

Como forma de mudar esta realidade, a Associação Feminina de Estudos Sociais e Universitários (Afesu), com sede em São Paulo (SP), atua desde 1963 com a promoção da dignidade humana por meio da formação cidadã, educacional e profissional de meninas, adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Para meninas de oito a 13 anos, a entidade oferece atividades complementares no contraturno escolar, e para as jovens e adultas são ministrados cursos para iniciação profissional. Lidiane Moreira, voluntária do projeto, inscreveu o projeto Vida – de contraturno escolar – no edital do Voluntariado Banco do Brasil para contribuir com a revitalização do laboratório de informática da Afesu.

“A entidade atua em uma região de alta vulnerabilidade social, então o investimento da Fundação Banco do Brasil ajudou na alfabetização digital que vai contribuir para o futuro profissional destas meninas”, afirma Lidiane. O investimento social, no valor de R$ 57 mil, possibilitou a aquisição de notebooks, impressoras e a contratação de um instrutor de informática.


Projeto Vida

Elis Araújo, gerente institucional da entidade, diz que o Projeto Vida atende 150 crianças anualmente no período matutino e vespertino. A metodologia utilizada no projeto aborda conteúdos pedagógicos de forma lúdica para desenvolver as capacidades cognitivas além de desenvolver habilidades psicossociais para que as crianças consigam um melhor desempenho escolar.

Segundo Elis, há crianças que chegam com dificuldade de leitura e compreensão de texto e que se não tiverem um apoio adequado, correm o risco de se tornarem pessoas adultas com analfabetismo funcional. “Fazemos uma avaliação anual com cada criança para identificarmos qual o grau de alfabetização delas. Recebemos alunas que estão no quarto ano regular, mas ainda não sabem ler, então, as colocamos no reforço escolar correspondente para equacionarmos os conhecimentos” avalia.

Para realizar este trabalho, a Afesu dispõe de uma equipe multidisciplinar com profissionais das áreas de pedagogia, psicologia, serviço social e administração para dar suporte para as crianças e adolescentes atendidos e também para gerir os recursos da organização.

A entidade possui três unidades de atuação: Veleiros e Morro Velho, localizadas no distrito de Cidade Adhemar, extremo sul da cidade de São Paulo, e em Morro Velho, na cidade de Cotia (SP). A gestão eficiente e transparente da instituição, aliada aos 55 anos de atuação, rendeu o selo de Melhores ONGs do Brasil em 2018, oferecido pelo Instituto Doar.

“O apoio da Fundação BB, além de outras instituições, nos proporcionou este reconhecimento, mas, para a Afesu, o mais importante é desenvolver essas meninas e depois direcioná-las para o mercado de trabalho, reduzindo os riscos de trabalhos precários e gravidez na adolescência”, destaca Elis. Para saber mais sobre a Afesu acesse www.afesu.org.br.