O Projeto pretende propiciar a 200 crianças e adolescentes e a 50 mulheres (mães e/ou responsáveis) atendidos pela Casa Pequeno Davi o acesso e o conhecimento da arte e da cultura da cidade de João Pessoa, com suas manifestações culturais e tradições, considerando a rica e variada herança cultural da região, com suas influências indígenas e africanas.
Qual o papel da entidade da sociedade civil e sua experiência com o tipo de proposta apresentada e/ou público alvo?
A Casa Pequeno Davi tem sido uma referência como Organização fundamental que atua na defesa e proteção dos direitos humanos, em especial de crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica, moradores/as do Bairro do Roger, na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, na Região Nordeste. Ressaltando que, em 2023, recebeu o Prêmio OAB-PB de Direitos Humanos, como Entidade de Referência nesta área.
Desde sua fundação, tem atuado permanentemente em rede e desenvolve junto com outras organizações intervenções em políticas públicas de defesa dos direitos humanos com a participação do público atendido: crianças, adolescentes e familiares. Sua prática pedagógica tem como premissa a participação ativa dos públicos, promovendo envolvimento e pensamento crítico, embasada na metodologia de educação popular.
Em 38 anos, desenvolveu expertise no enfrentamento as violações de direitos de crianças e adolescentes - abuso e exploração sexual, trabalho infantil, com inclusão da Cultura de paz na Organização, com praticas cotidianas do cuidado coletivo, do auto cuidado, valorização da vida, elevação da autoestima, respeito e empatia.
Tem trabalhado conteúdos temáticos importantes tais como: Igualdade de gênero, equidade étnico/racial, estatuto da criança e do adolescente, respeito a livre orientação sexual, diversidade, enfrentamento ao racismo, a violência doméstica, ao trabalho infantil e ao abuso sexual e á exploração sexual.
Dentre as diversas atividades desenvolvidas pela organização para o alcance de sua missão institucional de defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes, a Organização adotou o desenvolvimento de ações de arte e cultura, se materializando através de oficinas de dança, musicalização, teatro e artes visuais junto às crianças e adolescentes. Ao longo do tempo, tendo produtos/resultados importantes com a participação efetiva das crianças e adolescentes, entre esses: produção e apresentações artísticas e culturais (mostra de teatro, dança, música), além de produções textuais (prosas, poesias, poemas, cordel). Foi ainda produzido um documentário sobre grupos culturais da comunidade do Roger e territórios adjacentes. Durante a Semana de Artes Modernas de 1922, em parceria com a Fundação ABRINQ em um projeto de abrangência nacional, crianças e adolescentes participaram desse momento histórico, influenciando na atualidade, com estudo, reflexão e diálogo sobre a cultura popular e os movimentos culturais do Bairro do Roger. Essa atividade possibilitou que expressassem seus sentimentos e percepções sobre a cultura popular do bairro, culminando com exposição da cultura local e manifestações artísticas.
Qual o problema que a sua organização quer solucionar?
Segundo dados divulgados no Sistema de Informações e Indicadores Culturais - SIIC/IBGE/ 2019, a diferença no acesso de equipamentos culturais está diretamente relacionada às diferenças regionais, sociais e raciais do país. As regiões metropolitanas ainda concentram o maior índice de consumo cultural mas a população de baixa renda, pessoas negras, jovens e pessoas que vivem em periferias, são os maiores prejudicados. A pesquisa também revelou que cerca de 44% dos pretos e pardos vivem em cidades sem cinemas e 37% em cidades sem museus. Por essa via, uma pessoa que não tem a chance de se engajar culturalmente, consequentemente será privada do convívio com outros indivíduos de sua coletividade. Sabendo, portanto, que os museus e cinemas são espaços que fazem parte da produção cultural e artística, ampliar sua acessibilidade é primordial.
A proposta apresentada pretende propiciar a valorização da Arte e da Cultura - e sua vivência comunitária como um dos caminhos para a inclusão social e o enfrentamento das muitas violências das quais são vítimas crianças, adolescentes e mulheres. Por isso, a importância de dar oportunidade para o conhecimento de manifestações culturais como o coco de roda, a capoeira, a ciranda, assim como outras expressões que trazem e que mostram a força e a resistência do povo negro e originário. Dar voz e vez a 200 crianças e adolescentes e 50 mulheres, majoritariamente negros/as, atendidos/as pela Casa Pequeno Davi é uma forma de trabalhar pelos direitos humanos, pela igualdade de gênero e pela valorização da população negra.
Qual o objetivo da proposta? O que pretende alcançar com o projeto?
Contribuir para o acesso das crianças, adolescentes e mulheres atendidos/as pela Casa Pequeno Davi à arte e cultura de qualidade, considerando a tradição da cultura afro-indígena brasileira. Pretende-se alcançar 200 crianças e adolescentes e 50 mulheres atendidos pela Casa Pequeno.
Qual o resultado esperado com o apoio da Fundação BB nesse projeto?
Crianças, adolescentes e mulheres atendidos/as pela Casa Pequeno Davi com acesso à arte e cultura de qualidade e conhecendo a tradição da cultura afro-indígena brasileira.
Quantos meses levará para a execução do projeto? Lembre-se todo projeto tem começo, meio e fim.
12 meses
Qual o custo total estimado dos itens da responsabilidade da FUNDAÇÃO BB?
R$ 200.00,00 ( duzentos mil reais)
Qual o custo total estimado dos itens da responsabilidade da entidade proponente? Lembre-se: é exigido um mínimo de 2 % do valor aportado pela Fundação BB como contrapartida.
Para executar as ações previstas no projeto, a Organização conta com estrutura física adequada para a realização das atividades. O valor estimado da contrapartida é de R$19.200,00 (dezenove mil e duzentos reais).